A Ação: Palavras que Brincam
O projeto Ponto de Cultura PALAVRAS QUE BRINCAM é uma ação desenvolvida pelo EMCANTAR visando a formação cultural em música e literatura na escola, com foco na vivência e criação artísticas. As atividades têm como público-alvo alunos e educadores das escolas públicas estaduais Padre Mário Forestan e Presidente Juscelino Kubistchek, em Uberlândia-MG. A partir de suas vivências nas oficinas, as crianças produzirão textos que serão publicados em livro e no blog do projeto, numa experiência capaz de reunir o desenvolvimento da criatividade, a democratização cultural e a inclusão social, sempre com a perspectiva de encantamento com o mundo que caracteriza o modo de ser do EMCANTAR.

PALAVRAS QUE BRINCAM é uma ação desenvolvida por meio do Programa Cultura Viva/Pontos de Cultura, em convênio com a Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais e Ministério da Cultura.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Martha Pannunzio na Escola Estadual Presidente Juscelino Kubitschek.


O universo da leitura é fascinante. Ficar imerso numa história fantástica, avançar capítulos como se não houvesse amanhã, se identificar e se colocar no lugar de um personagem... são todas sensações únicas, que só um bom livro te permite experimentar.

Mas junto com a questão da fantasia, também surgem as dúvidas quanto a raiz de tudo aquilo. "Quem foi que escreveu essa história? Será que tudo aconteceu de verdade? Qual foi o estímulo do escritor para pensar nesse e naquele detalhe? Em quem ele se inspirou para criar os personagens?" Foi para fazer esses esclarecimentos e aproximar ainda mais as crianças da E. E. Juscelino Kubistchek à prática da literatura que a escritora Martha Pannunzio foi fazer-lhes uma visita, no dia 17 de junho de 2011, como uma atividade especial de desdobramento do Palavras que Brincam. É o projeto "Visita do Autor".

Martha, que já foi vereadora de Uberlândia, é conhecida pela sua histórica luta pelo estímulo à leitura nas escolas. Como professora, trabalhou durante 31 anos na rede pública de ensino e, como escritora, é responsável por livros premiados nacionalmente - "Veludinho" levou o Prêmio de Literatura Infantil em 1979 e "Bicho-do-mato" o Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte em 1986.

Em bate-papo com Martha na biblioteca da escola, as crianças participantes do Palavras que Brincam compartilharam as suas experiências de leitura, mencionando quais livros da autora foram lidos em sala de aula. Entre comentários empolgados vindos de meninos e meninas, "Veludinho" e "Era uma vez um rio" revelaram-se os livros preferidos da turma. As obras da escritora estão tematicamente bastante alinhadas com o projeto Palavras que Brincam, pois dissertam sobre a valorização da infância, proteção da natureza e a educação por meio da arte e da cultura.

Martha, que como as crianças gosta muito de conversar, falou de sua experiência como escritora a partir de uma abordagem bem lúdica e educativa, fazendo comparações entre "conceber um livro" e a prática de ler/escrever na escola o tempo todo. Sua participação no projeto Palavras que Brincam se deu de forma estimulante e crítica ao mesmo tempo, já que a escritora não perdia a oportunidade de "puxar a orelha" dos alunos sobre a relação com o meio ambiente. "O que vemos hoje é a humanidade inteira sendo regida pelos interesses de poucos, e a cultura e o meio ambiente não são prioridades para eles. Já que o adulto tem uma séria dificuldade em tomar atitude, então vamos trabalhar com a criança. Por isso, não desistam dessa luta", provocou Martha, como se estivesse falando com "gente grande".

Em uma das salas que visitou, Martha encontrou as paredes repletas de desenhos e redações inspiradas pelas histórias de seus livros. Ganhou presentes, cartas das crianças, lanchou com todos e finalizou o encontro convidando todos para visitarem a sua fazenda, um espaço tranquilo e grande, de pleno contato com o cerrado. "Vai ser um prazer receber vocês na minha fazenda. Lá poderemos ler e escrever juntos. Sem cobrança, sem restrições, sem limites. Porque é assim que a leitura têm que ser trabalhada".

As crianças do projeto trocam as primeiras cartas!!!

Os alunos participantes do Palavras que Brincam já começaram a trocar as primeiras cartas.

Confira as correspondências de Felipe e Any Beatriz.

Felipe é aluno do 5º ano "A" da Escola Estadual Presidente Juscelino Kubitschek.

Any Beatriz é aluna do 6º ano "C" da Escola Estadual Padre Mário Forestan.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Um olheiro pra lá de especial!




Célio Turino na sua vinda a Uberlândia, para uma conversa com os Pontos de Cultura do Triângulo Mineiro, esteve na E. E. Pe. Mário Forestan para conhecer o Projeto Palavras que Brincam.

Confira abaixo o que aconteceu nesse dia.

Um carteiro cansado adentra a sala nervoso, dizendo que já andou muito para entregar uma carta e que o destino só podia ser a E. E. Pe. Mário Forestan. Os alunos ficaram surpresos, mas as oficineiras logo corresponderam a reação ao ler na carta que tratava-se de uma resposta às inscrições no renomado Circo Patoktovisk.

"Toc toc toc" na porta. Para surpresa ainda maior das crianças, o "olheiro e dono do circo Patoktovisk” (personagem feito por Célio Turino), acabara de chegar para avaliar as habilidades artísticas dos inscritos. Depois de assistir aos números (um malabarismo com lenços e uma dança corporal coletiva), Célio Turino pegou um giz e se dirigiu ao quadro negro para explicar como funciona o seu "circo cultural".

"O meu circo vai se espalhando pelo Brasil. É como um ponto. São vários pontos de cultura espalhados. Todos interligados, um em cada lugar, mas em constante comunicação e atuação. Tem circo na aldeia indígena, em fazendas, em favelas, etc", disse Célio, adaptando o discurso da abrangência dos Pontos de Cultura que esclareceu na conversa com os professores para as crianças. "Mas para o circo circular bem, temos que seguir todos juntos, com dedicação e disposição".

Por fim, Célio Turino fez uma breve apresentação com o EMCANTAR lendo um trecho cantado de seu livro para as crianças.

Conheça a matéria da vinda do Célio Turino na integra pelo site www.emcantar.org

domingo, 19 de junho de 2011

Oficina com educadores

Na oficina de maio, as atividades realizadas tiveram o intuito de reforçar a estrutura do conto de fadas (narrativa mais conhecida pelos educadores e pelos alunos) e propiciar aos educadores a diferenciação entre a estrutura dessa espécie e a do conto de terror, trabalhado nas oficinas anteriores. Na oficina, os educadores também tiveram acesso e puderam apreciar obras cinematográficas e musicais que dialogam com os contos de fadas.

Para iniciar a oficina, foi realizada a leitura de parte da obra Onde tem bruxa tem fada de Bartolomeu Campos Queirós. Com a estrutura moderna e encantadora de conto, a obra aborda de forma lúdica a importância da fabulação para o ser humano.

Depois nas duas escolas foram realizadas apresentações artísticas que encantaram e apresentaram o tema a ser trabalhado aos educadores. Na escola Padre Mário, a apresentação foi feita por André Salomão, cantor e compositor araguarino que também integra o grupo EMCANTAR. Com a música de sua autoria Faz de Conta, o artista convidou a todos a se entregarem ao exercício de fabulação, necessário as atividades realizadas na sequência.

Já na escola Presidente Juscelino Kubitscheck, a abertura foi feita pelos alunos da professora Cleonice de Souza Resende. O trabalho contou com elementos cênicos e musicais. Os pequenos representaram os personagens da grande obra de Monteiro Lobato, Sítio do Pica-Pau Amarelo, e contaram a versão, as desculpas da Cuca para suas maldades, arrancando risos da platéia que se apaixonou pela vilã da história.

Essa apresentação fez parte do projeto Monteiro Lobato idealizado pela bibliotecária da escola, Maria Luíza da Silva. O projeto já é um dos resultados das oficinas com educadores do projeto Palavras que Brincam. Maria Luíza iniciou o trabalho com uma apresentação da biografia e da bibliografia do autor para os educadores e alunos do turno matutino, logo muitos educadores aderiram ao projeto e realizaram estudos das obras do autor. O trabalho reverberou e alguns educadores do turno vespertino começaram a realizar o trabalho com seus alunos. Além do aumento da leitura e empréstimo das obras do autor, o projeto resultou em um Sarau Literário, que contou com apresentação de várias turmas da escola, incluindo a turma da professora Cleonice.

Após a apresentação, foi realizada uma sessão de cinema com a obra Enrolados (Nathan Greno, Byron Howard), que conta a história da Rapunzel, um clássico da literatura infantil. Na versão do cinema, Rapunzel não se apresenta como uma princesa dócil e frágil, mas como uma garota esperta e com incertezas, rebeldias e curiosidades próprias da adolescência. O herói da história também se apresenta com características diferentes das apresentadas no clássico, suas características se aproximam com as de um anti-herói. Além disso, a história é narrada por um olhar que também participa da história e a todo momento dá seu parecer dos fatos.

Após a sessão, houve um debate sobre os elementos do conto a partir do filme e de trechos do texto A psicanálise dos contos de fada de Bruno Bettelheim, que contribui para o exercício de recriação de alguns contos. Além de brincarem com a estrutura já conhecida dos contos, os educadores se aventuram em outras linguagens artísticas, criando cenas e até um rap sobre a história de Chapeuzinho Vermelho.